Morreu Lemmy Kilmister. Aos 70 anos, o mítico líder e fundador dos Motörhead não resistiu ao cancro. Soube da notícia quando me despedia de mais um dia de trabalho e fiz a minha pequena homenagem nas redes sociais com uma música sua chamada The Game. Pareceu-me terrivelmente apropriada. Lemmy parecia, de facto, uma personagem de um jogo. E jogava de forma assombrosa em cima do palco. Em 2010 esteve no Rock in Rio Lisboa e lembro-me de, na altura, pensar muito antes de recusar ir ao concerto. A voz rouca, feia e cortante de Lemmy era habitual no Noites Longas à quinta-feira, em Coimbra, e eu tinha finalmente a oportunidade de a ouvir ao vivo. Mas não fui. Já não me lembro porquê. Fiquei em casa e vi o concerto na televisão. Não demorei muito a mandar mensagem a quem foi com todo o arrependimento do mundo. Queria mesmo jogar o jogo de Lemmy. Das botas ao chapéu, dos óculos escuros às verrugas gigantes na cara, Lemmy entregou-se à música com tudo, entrou no jogo a valer duran
Um blogue aos olhos de um moscatel com duas pedras de gelo