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Mensagens

A mostrar mensagens de abril, 2014

Zero absoluto

Não avances. Não cabes deste lado. Será que tenho de repetir? Imagina que entre nós há um vazio profundo. Um poço de veneno, um fosso de criaturas sedentas de sangue. Quem és tu para quereres atravessá-lo? Quem te julgas para chegares a mim? Vais ficar-te por aí, esmagado, vergado, sufocado pela negação. Não me tocas, não me atinges, não me cegas. Cego és tu que não vês o limite, que não sabes a diferença entre o meu poder e a tua insignificância. Não podes nada, não vales nada, não és nada. Pensa por um momento – se fores capaz – que não podes lutar contra o destino. Que tu ficas desse lado como os cães ficam à porta, que não passas de um sem-abrigo esfomeado com quem até os pombos gozam. Tens a altura de uma formiga e a força de uma pulga. Nota-se que o teu sonho era morderes os calcanhares de algo, mas para isso terias de olhar para cima. Não consegues nem sabes fazê-lo. Estás condenado a rastejar na terra, na lama, na podridão do que és. Fundes-te com o lixo, unes-te c

Pulos de Coelho

Vi ontem a entrevista de Pedro Passos Coelho na SIC com José Gomes Ferreira. Calma, não se vão já embora que este não é um texto sobre política. Pelo menos sobre política pura e dura. Fiquem mais um pouco que eu não demoro muito. Vou apenas opinar sobre a maneira como falou o nosso primeiro-ministro. Há grandes comunicadores entre os políticos portugueses – é um facto. Paulo Portas é um deles, José Sócrates é outro e até Durão Barroso parece ter andado a ter aulas com os outros dois. Serve isto para dizer que Passos Coelho ainda não está à altura dos citados, embora esteja a fazer progressos. Quem viu o líder do PSD quando estava na oposição e quem o vê agora. Mais velho, mais anafado, mais – sem qualquer tipo de trocadilhos – seguro. Estava Gomes Ferreira a fazer-lhe perguntas diretas e eu, na minha bela maneira irritante de antecipar tudo, a tentar adivinhar como ia responder. Coelho lá foi adiando a resposta inevitável, até ao momento em que me fez rir. E convenhamos que nã