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Mensagens

A mostrar mensagens de janeiro, 2015

Mão dada

Conto os teus dedos um a um. Brinco contigo ao dizer que são quatro. Acrescento um meu junto do teu polegar e falo-te em seis ao ouvido. Procuramos os olhos um do outro e ficamos, de repente, mais sérios. Do teu primeiro ao último dedo, sinto cada toque único, cada impulso elétrico da tua pele macia. A tua mão é sinal de paz, de tranquilidade. Faz-me estar em casa só com um toque, arrasta-me para o meu leito certo delicadamente, acalma-me qualquer agitação que possa existir. Encosto os meus dedos aos teus e sinto de imediato a fusão. Transmitimos energias positivas um ao outro, o saldo equilibra-se com o que te dou, o que me dás, o que nos damos. Esqueço tudo o que está lá fora. Não preciso do mundo exterior neste momento. Posso desenhar com a mente todas as montanhas do mundo nos declives da tua palma. Ouço os rios a correrem-te por entre os dedos, erguidos como torres de arranha-céus. Sinto a dureza e a beleza dos glaciares nas tuas unhas perfeitas, que desejo me risquem e ar

O dono da bola

Antes de começar a minha ode ao recente eleito melhor jogador do Mundo em 2014, quero frisar aqui um facto que alguns já conhecem: não sou fã de Cristiano Ronaldo. Pronto, já disse, podem abrir fogo e chamar-me anticristo. As razões para tal herege afirmação não são do âmbito do futebol e daí nada interessarem no dia de hoje. Pois bem, Ronaldo venceu, com inteira justiça, a sua terceira esfera dourada. Foi sem qualquer dúvida o melhor futebolista do ano passado. À frente de Neuer e mais ainda de Messi. De facto, Ronaldo confundiu-se muitas vezes com o Real Madrid, ao ponto de dizermos “Às 17 joga o Ronaldo” em vez de proferirmos o nome do clube. Esse é o grande mérito de Cristiano. É chamar a si toda a responsabilidade e aguentá-la. Como alguém dizia ontem na televisão, se CR7 fica um jogo em branco surgem logo dúvidas sobre a sua condição física, sobre o seu estado de espírito, sobre a noite em branco passada na brincadeira com Irina. É difícil que duas palavras com gra

Ódio tal

Sou espectador assíduo dos canais de documentários. Tento perceber como funcionam as coisas, as vicissitudes de humanos e restantes animais que povoam este planeta. Dou por mim a fazer exercícios simples e esquemáticos para desmontar a teia complexa que constitui este mundo. Mas depois há sempre coisas que não se conseguem entender. Como ontem, em Paris. Fazendo o tal esquema até parece relativamente fácil: alguém não gostou de um cartoon e vingou-se. Uma espécie de resposta. Funciona sempre assim. Uma ação de um lado gera uma reação do outro. Uma das leis mais elementares da física é seguida à risca. Mas, na verdade, não posso nem quero acreditar que assim seja. Porque se o fizesse teria de entender que, 24 horas depois, já sei quem vai ter o próximo passo. Nada justifica o abate de uma pessoa. Quer esteja ela no chão, sem defesa possível, quer seja ela o maior criminoso à face da Terra. Este é o pensamento em que acredito e que gostaria – sonhava – ver expandido. Como nos ta