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A mostrar mensagens de abril, 2015

Onde ficas?

O sol está de frente, a fazer-me a vida negra no para-brisas; à esquerda só vejo árvores, que vão passando por mim com velocidade; à direita espreito o mar, imenso e calmo como que a pedir um mergulho. Sei que ainda não passei. Só não sei bem onde ficas. Um poeta diria que é tão estranho quanto fácil perdermo-nos num sítio onde realmente nunca chegamos a ir. Procurei em todos os mapas que tinha, fui ao sótão buscar as enciclopédias guardadas há anos e até comprei um GPS dos melhores. Tinha a certeza de que estava preparado para chegar ao destino. Fiz-me à estrada. Já não tenho aquela idade dos porquês nem do perguntar a cada dois minutos se falta muito. E por isso nem dou conta de que estou há horas à espera que apareça um sinal. Uma tabuleta, uma ajuda, algo familiar. Não me apercebo de que o sol já mudou de sítio. Para mim continua de frente, forte como no verão. Não reparo que o outono levou todas as folhas das árvores ao meu lado esquerdo e que agora só restam ramos seco