Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de fevereiro, 2009

Hoje...

...perdi alguém especial. Não me importo que seja um cliché: é tempo de partilhar forças com os que ficam.

Dia 7

17:05 A VMER chega aos Hospitais da Universidade, ainda com a estagiária do turno anterior. Pouco depois entro na base, e acontecem as habituais apresentações de parte a parte. No meu último turno na VMER, vou estar acompanhado pela Dra. Sónia e a enfermeira Maria João, sub-coordenadora da VMER dos HUC. 17:30 Hora de repor energias. Segundo a enfermeira, a manhã foi muito cansativa, com sete saídas de emergência, entre elas duas PCR (paragens cardio-respiratórias). Entretanto, junta-se a nós o Dr. Arnaldo, ou Arnie, como é conhecido na equipa. 18:05 No regresso à base, a enfermeira Maria João revela-se muito preocupada com uma apresentação que tem amanhã. Para ela, é um dos motivos de stress da profissão. Os maiores continuam a ser os casos que envolvem crianças e ainda os multi-vítimas. 18:30 Ambiente calmo na base. Enquanto a enfermeira me mostra e pede opinião sobre a apresentação de amanhã, a Dra. Sónia prefere ver televisão na sala de estar. Não aconteceria nenhum caso até eu sair

Dia 6

16:30 A VMER não está. Só me resta esperar. 17:30 O carro chega aos HUC e reconheço apenas o enfermeiro Soares, com quem já tinha falado. A médica é a Dra. Ana Valentim. Tempo para pôr a conversa em dia e explicar o propósito desta reportagem. 18:22 Ouve-se a música associada ao toque do telemóvel do INEM. É a primeira saída do dia e não vamos para longe. Pelas informações que nos chegam, trata-se de uma overdose no Arnado. 18:28 Chegamos ao local, onde a vítima já se encontra dentro de uma ambulância da Cruz Vermelha. Terá sido uma overdose de heroína. São administrados os fármacos adequados e o homem é transportado para os HUC. 18:44 Já nos HUC, a Dra. Ana refere que estes casos estão a diminuir, mas que ainda ocorrem com alguma frequência na cidade. Pergunto o que aconteceria se fosse encontrada droga junto da vítima. Explica que, nesse caso, a equipa do INEM teria de trazer os estupefacientes para o hospital, e contactar as autoridades. Regressamos à base e vamos jantar, por entre

Dia 5

16:25 Tudo calmo na base e pronto para mais um dia. Já conhecia os profissionais que hoje estão comigo: o Dr. Arnaldo e o enfermeiro Ulisses. 16:53 Vamos ao centro de ortopedia, onde o Dr. Arnaldo vai visitar um doente seu. É hemofílico e necessita de seis caixinhas de um medicamento por dia. O médico explica que cada uma custa na ordem dos 500€ e sendo assim, o Estado gasta 3 mil euros por dia naquele tratamento. 18:36 Já na base, toca o telemóvel do médico. O alarme vem do Centro de Saúde de Montemor-o-Velho. À partida, há a suspeita de enfarte. A VMER sai rapidamente da confusão de Coimbra e chegamos ao local. Felizmente, as suspeitas não se confirmaram. A vítima apenas sentiu uma forte dor no peito enquanto trabalhava no campo. Está consciente e é-lhe administrado oxigénio. Não será grave, mas tem de ser transportada para o Hospital dos Covões. O Dr. Arnaldo segue dentro da ambulância. Durante a viagem, o enfermeiro Ulisses vai-me elucidando sobre os três tipos de urgências em Port

Dia 4

Este passo da reportagem foi diferente dos outros. Chegou o dia de visitar o CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes). Com novas instalações desde 2007, o CODU de Coimbra tem uma vasta área de abrangência, nomeadamente nos distritos de Coimbra, Viseu, Castelo Branco e Leiria. No caso de emergências na costa marítima, colabora com o CODU-mar, sediado em Lisboa. O Centro possui uma sala de crise, usada em videoconferências com outros CODU e uma sala de comunicações, onde trabalha uma experiente equipa de profissionais: operadores, enfermeiros, psicólogos e médicos. Para assumir qualquer cargo no CODU, é obrigatório ter formação de tripulante de ambulância (o que inclui suporte básico de vida). O CODU de Coimbra tem seis a sete operadores em permanência, reduzindo este número no período nocturno, com base na menor taxa de emergências. Em caso de falha geral do sistema, o centro está prevenido com um gerador automático e com packs de telemóveis. Estes são imediatamente activados qu

Dia 3

16:20 Pronto para mais um dia, entro na base. O estagiário anterior está a sair e a equipa está lá fora. Entretanto entra o médico do turno anterior, que me leva até eles. Hoje vou estar acompanhado pelo Dr. Bruno e Enf. Luís. 16:30 Estávamos nas primeiras conversas, quando toca o telemóvel! Hoje começa cedo! Saímos e entramos na VMER. Rotativos e sirene ligados, desviamo-nos de tudo e de todos. Destino: Lorvão. Apesar do aparato, dentro do carro o ambiente é de boa disposição 16:46 Chegada ao local. Uma ambulância dos B.V. Penacova está no sítio combinado, com a vítima lá dentro. Um homem, doente crónico do Hospital Psiquiátrico do Lorvão, perdeu os sentidos e está reticente em responder aos estímulos. Os responsáveis garantem que não teve acesso a nenhum medicamento nem droga dentro do hospital, o que aumenta o nevoeiro em torno do diagnóstico. É assistido durante alguns minutos no local e depois transportado para os HUC, com a VMER à frente a abrir caminho. Durante o percurso, o Enf

Dia 2

16:00 Chego às urgências dos HUC, e reparo logo que a VMER não está lá. Não acredito que perdi mais uma saída. Pergunto ao segurança há quanto tempo saiu. Terá sido por volta das 15:45. Não está ninguém na base, por isso só me resta esperar. 17:45 Chega finalmente a VMER, e saem de lá os profissionais que me vão acompanhar no turno de hoje: o Dr. Francisco e a Enf. Sónia. Depois das apresentações, entrámos na base. Explicaram que a saída anterior não foi muito grave. Um idoso desmaiou e tinha a tensão muito elevada. Tempo agora de repor o material no carro. 18:30 Uma saída… mas não de emergência. Dois minutos até ao novo Centro de Simulação Biomédica, no ex-centro de ortopedia. O espaço foi renovado e simula todo o ambiente de um hospital, com as diversas situações. O Dr. Francisco faz uma visita guiada sala a sala. Os pormenores dos simuladores de pacientes são fantásticos. Ali vão ser testados os estagiários, observados de outra sala pelos formadores. A Enf. Sónia explica o novo sist

Dia 1

16:00 Sou pontual, cheguei ainda a tempo de ver a mudança de turno. Entro na base da VMER e apresento-me. Sento-me à espera que a mudança de turno esteja concluída. A base tem uma sala principal, uma sala de estar, um quarto e alguns anexos. 16:25 O ambiente familiar e a fantástica recepção permite que nos tratemos todos por tu. A Dra. Ana deu-me as primeiras noções do funcionamento da base da VMER. Reparo que traz sempre o telemóvel com ela, é através dele que pode chegar a qualquer momento uma chamada de emergência. - Entretanto toca um telefone! Fiquei apreensivo, mas depois percebi que não era aquele… Volta a normalidade. Vamos ao carro, que está lá fora pronto para sair, buscar um colete verde fluorescente, com a marca INEM nas costas, que vou usar nas saídas. Pude ver o material que ocupa a mala e quase todo o banco traseiro da VMER. Sobra apenas um pequeno espaço, é ali que me vou sentar a qualquer momento. Voltamos à base e perguntam-me se enjoo. O comprimido que tomei antes de