Avançar para o conteúdo principal

Ponteiros

Faz amanhã uma semana que terminou uma outra que promete não me sair da cabeça tão facilmente. Há muito tempo, há muito tempo mesmo que as coisas más não se sobrepunham às boas. Há muito, muito tempo que não desejava que ele, o tempo, andasse mais rápido. Normalmente queixo-me da sua falta, mas naquela semana decidiu parar várias vezes. E eu parei com ele.

Parei com coisas de amigos, com coisas de família, com coisas minhas e, finalmente, com as coisas de Paris. Foram demasiadas paragens, “stand by” a mais, um trânsito infernal que esgota qualquer um. E, uma semana depois, sinto-me finalmente a chegar a casa, depois de andar uma eternidade à procura de lugar.

Descalço-me e sento-me no sofá a ver como anoitece cedo por estes dias. Dou por mim a recordar-me de outro sol, a outras horas, noutros olhares. Sei que isto faz tudo parte, que serve para nos pôr à prova. Sei que amanhã vão ser outra vez 20 horas, o metro vai estar apinhado e o telemóvel vai tocar. Sei que o rio vai correr para o mesmo lado, que os aviões vão passar nas mesmas rotas e vão existir sorrisos de fim de semana.

Só que, depois daqueles dias, estou atrasado para isto tudo. A ver se me apresso e acerto o relógio. Já é tempo.

Comentários

D disse…
Por curiosidade, uma vez que a cati nunca se conseguia lembrar bem do nome do teu blog, aqui estou eu a começar a ler alguns dos teus textos! identifiquei-me tanto com este, que senti que tinha que parar por aqui para te dar uma frase de apreço, dita pelo Jose Hermano Saraiva, que sempre me ficou, quer bela beleza como pela evidente identificação na localização da frase:

"Qualquer que seja o Futuro, haverá sempre noites de luar, a serra de Sintra e o Tejo a correr para o mar!"

quero acreditar que sempre que passamos a estar atentos, ganhamos tempo.
quero acreditar!

Cumprimentos (nao sei o que dar aqui se beijinhos, se adeus, se qualquer coisa simpatica e nao intrusiva) :)
Daniela (menina do vinho do porto)
Boa, encontraste! Bela frase sim senhor. Lê à vontade, não se paga parquímetro! Adorei esse teu segundo nome, cheguei logo lá! ahah

Os mais vistos do momento

É dia de baba!

Baba & Camelo chega hoje vai passar tudo por aqui! Porquê Baba & Camelo? O nome do livro vem da sua configuração: está dividido em duas partes. A primeira (Baba) inclui soberbas obras de arte literárias, dignas de prémios internacionais, que deixarão o leitor precisamente de queixo caído, babando-se inevitavelmente. A segunda (Camelo) englobará pura verborreia, de qualidade a rasar a fossa, a chamada escrita de trazer por casa, que levará certamente o leitor a dedicar-me alguns dos mais tenebrosos insultos possíveis na Língua Portuguesa.  Além disto, este título vai permitir-me ainda atrair incautos curiosos, pensando eles tratar-se de uma coleção dos famosos cartoons de A Bola chamados ‘Barba e Cabelo’, bem como donas de casa enganadas por um suposto guia de receitas de doces conventuais com um nome muito semelhante. Baba & Camelo É para o menino e para a menina!

Ódio tal

Sou espectador assíduo dos canais de documentários. Tento perceber como funcionam as coisas, as vicissitudes de humanos e restantes animais que povoam este planeta. Dou por mim a fazer exercícios simples e esquemáticos para desmontar a teia complexa que constitui este mundo. Mas depois há sempre coisas que não se conseguem entender. Como ontem, em Paris. Fazendo o tal esquema até parece relativamente fácil: alguém não gostou de um cartoon e vingou-se. Uma espécie de resposta. Funciona sempre assim. Uma ação de um lado gera uma reação do outro. Uma das leis mais elementares da física é seguida à risca. Mas, na verdade, não posso nem quero acreditar que assim seja. Porque se o fizesse teria de entender que, 24 horas depois, já sei quem vai ter o próximo passo. Nada justifica o abate de uma pessoa. Quer esteja ela no chão, sem defesa possível, quer seja ela o maior criminoso à face da Terra. Este é o pensamento em que acredito e que gostaria – sonhava – ver expandido. Como nos ta

Vítor vs Álvaro

Vítor Gaspar e Álvaro Santos Pereira fazem-me lembrar um casal de namorados ao telefone, a ver qual dos dois desliga primeiro. E se o Ministro das Finanças está preocupado com o saldo do telemóvel, já o Ministro da Economia não se entende com ele, talvez devido ao sotaque luso-canadiano, estilo Nelly Furtado. Nos últimos dias tenho assistido com muita curiosidade ao desenrolar da batalha entre Gaspar e Santos Pereira. Não estivesse o país em crise e penso que o governo deveria distribuir pipocas e óculos 3D, porque este é um daqueles filmes que só não levou uma estatueta para casa por ser uma comédia romântica. Desliga tu! Não, não, tu primeiro! Então vá, vou contar até 3 e desligamos os dois. Um… dois… três! … Aaaaaaaaaahh, eu sabia! Embora neste caso seja mais: Corta tu! Não, não, eu já cortei o subsídio de Natal! Então vá, vou contar até 3 e cortamos os dois. One… two… Fala-me em português! Tens a mania que vens lá das Américas! Tu não fales mal d