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João Félix e a discípula de Centeno

Os tempos vão bravos. Por esta altura já só queremos fugir a tudo o que seja - mas também que fale de - vírus, essa coisa maldita que chegou e arrasou, como diriam as teenagers de hoje em dia. E é precisamente uma delas que protagoniza a minha singela reflexão de hoje.

Para mim, este vídeo foi dos melhores momentos da semana: João Félix, internacional português do Atlético Madrid, estava, como nós, comuns mortais, cerrado entre as paredes de sua casa, nesta força
conjunta chamada quarentena. O petiz jogava um videojogo e ao seu lado tinha a sua orquídea, Margarida Corceiro, que também fixava atentamente o ecrã, certamente torcendo pelo seu dente-de-leão, porque isto do amor não pode ser só nos relvados da vida, mas também numa simples partida de FIFA online.

Ora, a certa altura, o avançado escolhia a melhor tática para levar de vencido o adversário e deambulava pelas opções do jogo, quando, de súbito, o olhar penetrante da parceira é atacado por um pensamento intrigante, que de imediato cortou um certo tipo de romance do Séc. XXI, aquele romance que une o casal em torno de uma consola.

Sem vacilar, a ternurenta adolescente ganha coragem, chega-se à frente e tenta olhar para as borbulhas do namorado, ainda fitado na televisão. E qual mundo cruel, a fazer lembrar a santa inquisição, Magui transforma-se numa agente da CIA, encarna o papel de Carrie Mathison da série Homeland, e interroga com firmeza o homem da sua vida, revelando a suspeita de terrorismo… financeiro: “TU GASTAS DINHEIRO NESTAS COISAS??”.

Num primeiro momento, Félix não percebeu bem o que tinha acontecido. A bomba tinha caído há milésimos de segundo mas os estragos eram tais que ficou, por momentos, sem reação. Quem não ficaria… O jogador, por quem o Atlético Madrid pagou 126 milhões de euros ao Benfica, teve a audácia de manter o olhar firme no ecrã, simulando a preocupação única e exclusivamente com o videojogo, tentando relativizar o ataque brutal de que tinha sido alvo há instantes.

“Não.”, ripostou o viseense. A resposta estava dada. Tímida, é certo; talvez até mentirosa, como tantas vezes acontece na guerra. Mas seca, como se impunha, perante tão vil ato de agressão por parte de quem amava. Ainda o inimigo pensava na resposta de Félix e este teve –e bem – a ideia de dar a volta ao marcador: “Dão-me. Os patrocinadores e assim…”. Estava selado o problema, contidas as baixas e dada uma resposta sólida. A imagem de Félix saiu salvaguardada junto do seu povo, que assistia, imponente, à transmissão em direto dos acontecimentos.

Para a história pode ficar a vitória do jovem guerreiro, mas nem só dos bons ficam as lições para o futuro. A pequena discípula de Mário Centeno demonstrou uma preocupação verdadeira e assertiva sobre a saúde financeira de Félix, marcando uma posição: as contas têm de ser certas. E ainda que o jogador ganhe 6 milhões de euros por ano, há que ter cabeça quando se trata de gastar dinheiro “nestas coisas” dos videojogos.

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