Costumava pensar que o facto de raramente me chatear com
alguém resultava da forma como levo a vida, da minha personalidade e da calma e
relatividade com que brindo os maus momentos. Bem, isto não deixa de ser
verdade. Mas também não é mentira nenhuma que uma das melhores formas de nos
conhecermos é através dos outros. É através deles que nos refletimos, que
realçamos o que temos e o que somos de bem ou de mal.
Ora se eu pauto por toda aquela calma e paz que escrevi na
primeira frase, não é difícil adivinhar que só algo muito importante, algo que
conta, que mexe comigo, podia interferir com esse mesmo estado. Não é fácil
deitar-me abaixo, entristecer-me, suscitar dúvidas onde não as havia. Nada
fácil.
Mas acontece. Sou humano, tenho todas as características como
tal e não posso fugir a elas. Quando tocas ao de leve nos corninhos do caracol,
eles não demoram a voltar rapidamente para cima. Agora quando ages com mais
agressividade, não voltas a vê-los tão cedo.
Mas é aqui que se dá a magia. Porque só alguém mágico pode
inverter tudo isto quase num simples estalar de dedos. Como se me conhecesse
desde sempre, como se soubesse onde encaixar as peças certas para recuperar o
castelo fragilizado. Onde tocar para fazer sentir, onde estar para abraçar. Só
uma espécie de mago conhece a poção adequada para voltar a dar força ao que
sempre foi forte.
Só alguém especial, verdadeiramente especial, pode ser o problema
agora e a solução pouco depois. E isso é tão fascinante…
Comentários
tao bom
:))))