A nossa condição humana – podem-lhe chamar fraqueza – não
nos permite descer de um ponto alto como os pássaros fazem. Podemos sonhar ser
Ícaros num ponto alto de uma montanha, podemos ser loucos, como poucos o são,
mas não somos borboletas prontas a voar.
A nossa fraqueza, às vezes cozinha a ambição mais relevante.
Ou seja, o homem nunca se dá por vencido! Aos grandes génios, aos grandes
intelectuais que forçam a gravidade e experienciam, noutra dimensão qualquer, o
sabor do vento a passar pelas suas melhores receitas e antídotos para a vida…
fiquem com a saudade das borboletas. Voar sem asas é algo que o sonho nos
transmite. Podemos estar vazios… podemos querer arrancar a vida das mãos de
alguém mais audaz e tentar seguir os passos, mas a máquina de dentro, o
coração… é quem magica e fornece a força necessária a ser forte.
Ninguém sente por acaso. Ninguém se dá por acaso. Ninguém se
põe à experiência por acaso. Testar os nossos limites é uma lição. E dizer que
nos conhecemos a 100 por cento é apenas ignorar o facto de que nos tornámos
demasiado apáticos ao medo e à própria rotina do dia-a-dia. Tentar… tentar mudar
o que está errado é talvez o primeiro passo a dar para sairmos do mesmo
círculo.
Não desesperem… sermos abandonados por alguém acontece todos
os dias… pode chover e trovejar por algum tempo, mas as asas de borboleta não
esquecem o verdadeiro voo, num campo florido. Chama-se viver!
Marcelo Viegas
(O meu amigo Marcelo deu largas à imaginação e eu decidi
que merecia um cantinho aqui no estaminé. Abraço e venham mais destes!)
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