10º, 11º e 12º. O rapaz que vos escreve pode garantir que viveu os três últimos anos no liceu como se fossem os três últimos anos no liceu. E foram, que eu não reprovei, graças a Deus. Calma, calma, que eu não sou muito dado a religiões! Deus era o nome do site onde ia buscar apontamentos que depois reduzia para papelinhos insignificantes que cabiam em qualquer manga de casaco. Nunca gostei de fazer testes no Verão...
Nesta última fase do secundário, tornou-se ainda mais evidente que eu dormia melhor virado para o lado das letras, e tinha pesadelos no mundo dos números! Lá me fui safando, umas vezes com e outras vezes sem a ajuda dos professores, há que dizê-lo! E por incrível que possa parecer, a professora de quem tenho mais saudades é mesmo a de matemática! Agora reconheço que ela tinha razão em grande parte das vezes em que ralhava. "Parece impossível, Luís! Sempre os mesmos senhores!" Tenho tantas saudades de ouvir isto...
Em termos de amigos, fui conhecendo mais gente e fui conhecendo mais a minha gente. Formou-se um núcleo duro que dura até hoje. O grupinho maravilha que tantas vezes foi acusado de dividir a turma, de criar atritos, de perturbar as aulas. Não era bem assim, ou pelo menos, não era essa a intenção.
O gel na minha cabeça foi substituído por ideias. Uma delas tinha a ver com o destino seguinte ao liceu. O que iria fazer, qual era a área a seguir. A minha professora de filosofia disse uma vez que eu ainda me ia arrepender de não ter ido para letras. E eu pensava: "esta senhora abusa das drogas". O telemóvel fazia cada vez mais parte da minha vida, assim como a internet. Estava a crescer todos os dias! Eu e a minha barba que tanto me enervava na altura. Até comecei a estudar, veja-se bem. Pouco e na véspera dos testes, mas comecei! Foi no dia 11 de Abril de 2006 que bebi a primeira cerveja, uma green paga pelo Renato. O que eu sofri para a beber! Aliás, ainda hoje sofro por causa desse momento.
O tempo passava cada vez mais rápido, e de repente já estava no 12º ano! O último! Não vai haver mais! Ai minha Nossa Senhora! ... Eu volto a dizer que não sou muito dado às religiões. Só meti aqui esta expressão porque nunca tinha pensado nesta estupidez. Como posso escrever "minha" seguido de "nossa"? Mas a Senhora é minha ou é nossa? Enfim...
O último ano do liceu foi talvez o melhor de todos. Por 1001 motivos. Um deles era o facto de ser finalista, com direito a baile. Todo bonito, lá usei uma gravata pela primeira vez e fui considerado por mim o gajo mais bonito daquela noite. Sem dúvida! Os meses passavam a correr, eu sabia que eram os últimos. Era quase como se já tivesse saudades ainda antes de me ir embora. E pensava nisso quando bebia o primeiro fino nas sextas à tarde. Pensava como seria viver sem aquelas pessoas quando bebia o segundo. Pensava no curso que ia escolher quando bebia o terceiro. Pensava no quinto quando bebia o quarto. Já não pensava quando bebia o quinto...
Chegou então o momento mais aguardado por qualquer finalista que se preze: a viagem de finalistas! Destino: Lloret de Mar. Sobre a viagem não me vou esticar. Foi mais ou menos isto que prometi à minha mãe antes de ir. E cumpri, claro. Portei-me bem e voltei são e salvo. Salvo. Voltei salvo.
O ano tinha acabado. Estava em plena época de exames e tinha uma ideia na cabeça para seguir na universidade. E que ideia fantástica...
Comentários
Pensem que se nao fosse eu o Simoes, nao seria o mesmo! eu gosto dele assim, bebado. (epa isto soou um bocado gay, mas isto é só a mais pura demonstração de amizade!)