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Olé!

Portugal ganhou à Espanha! E mais: goleou! Bandeiras ao vento, nação valente, viva Camões, venha de lá mais um copázio de sangria! Quer dizer, de tinto. De tinto.

De facto, hoje todos nos sentimos um pouco Padeiras de Aljubarrota. E não posso esconder o especial gozo que me deu a vitória de ontem, especialmente no que respeita à candidatura ibérica ao Campeonato do Mundo de 2018. Eu devo assumir que não apoio a candidatura e vou explicar porquê. A primeira coisa que me vem à cabeça para anteceder a palavra ibérico é... presunto! Não estou apenas contra pelo orgulho cego de ser português, nem pela diferença do número de estádios presentes dos dois países (12 – 3). Se Portugal não tem os requisitos mínimos da FIFA (na capacidade dos estádios), é normal que a candidatura coloque a abertura e final do Mundial no país de Saramago. Esperem lá que isto assim pode parecer confuso. Esqueçam Saramago e coloquem no seu lugar Jose Antonio Camacho. Está melhor?

Surgiram ainda algumas propostas absurdas como aumentar a capacidade de alguns estádios portugueses ou, pior ainda, apresentar uma candidatura exclusivamente nacional! Como se o país nadasse em dinheiro em vez de dívidas...


Mas e se a candidatura ibérica for mesmo a escolhida no próximo dia 2? Vou apoiar?

Bem, é preciso não esquecer que o Mundial só vai acontecer daqui a oito anos. E, como reconhecido visionário, já previ as três situações diferentes que podem acontecer em 2018:

1. Não acontece nada, porque o mundo acaba em 2012.

2. Portugal foi entretanto anexado por Espanha, e D. Duarte vai almoçar a casa de Leticia Ortiz todos os domingos.

3. O Mundial acontece mesmo e a candidatura ibérica é um sucesso.

As duas primeiras hipóteses não me parecem muito prováveis. Primeiro porque tenho ali uma lata de sardinha em molho de tomate picante cujo prazo de validade termina em 2013. Depois, porque toda a gente sabe que Leticia não come desde 1997.

Além disso, se o Mundial acontecer mesmo, nunca se sabe se não vou estar a cobrir o evento como jornalista desportivo, enquanto analiso a prestação de Ronaldo, na altura com 33 anos, e lhe noto ainda alguma falta de maturidade. E que na final em Madrid, ganhemos 4-0 novamente. Era lindo.


Comentários

Joana disse…
De facto gostei muito do texto. SO nao gostei duma coisa: O Ronaldo com 33 anos......ate comecei a suar. Passo a explicar, e que ele e eu somos practicamente da minha idade, o que implica que eu daqui a OITO ANOS TENHO 32 ANOS??????
AHHHH
CALA-TE!!!!!!!!!!!!!!!!

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