Avançar para o conteúdo principal

Luís Simões – um homem de L a S, mas que por vezes veste XL (parte V)


10º, 11º e 12º. O rapaz que vos escreve pode garantir que viveu os três últimos anos no liceu como se fossem os três últimos anos no liceu. E foram, que eu não reprovei, graças a Deus. Calma, calma, que eu não sou muito dado a religiões! Deus era o nome do site onde ia buscar apontamentos que depois reduzia para papelinhos insignificantes que cabiam em qualquer manga de casaco. Nunca gostei de fazer testes no Verão...


Nesta última fase do secundário, tornou-se ainda mais evidente que eu dormia melhor virado para o lado das letras, e tinha pesadelos no mundo dos números! Lá me fui safando, umas vezes com e outras vezes sem a ajuda dos professores, há que dizê-lo! E por incrível que possa parecer, a professora de quem tenho mais saudades é mesmo a de matemática! Agora reconheço que ela tinha razão em grande parte das vezes em que ralhava. "Parece impossível, Luís! Sempre os mesmos senhores!" Tenho tantas saudades de ouvir isto...


Em termos de amigos, fui conhecendo mais gente e fui conhecendo mais a minha gente. Formou-se um núcleo duro que dura até hoje. O grupinho maravilha que tantas vezes foi acusado de dividir a turma, de criar atritos, de perturbar as aulas. Não era bem assim, ou pelo menos, não era essa a intenção.


O gel na minha cabeça foi substituído por ideias. Uma delas tinha a ver com o destino seguinte ao liceu. O que iria fazer, qual era a área a seguir. A minha professora de filosofia disse uma vez que eu ainda me ia arrepender de não ter ido para letras. E eu pensava: "esta senhora abusa das drogas". O telemóvel fazia cada vez mais parte da minha vida, assim como a internet. Estava a crescer todos os dias! Eu e a minha barba que tanto me enervava na altura. Até comecei a estudar, veja-se bem. Pouco e na véspera dos testes, mas comecei! Foi no dia 11 de Abril de 2006 que bebi a primeira cerveja, uma green paga pelo Renato. O que eu sofri para a beber! Aliás, ainda hoje sofro por causa desse momento.


O tempo passava cada vez mais rápido, e de repente já estava no 12º ano! O último! Não vai haver mais! Ai minha Nossa Senhora! ... Eu volto a dizer que não sou muito dado às religiões. Só meti aqui esta expressão porque nunca tinha pensado nesta estupidez. Como posso escrever "minha" seguido de "nossa"? Mas a Senhora é minha ou é nossa? Enfim...


O último ano do liceu foi talvez o melhor de todos. Por 1001 motivos. Um deles era o facto de ser finalista, com direito a baile. Todo bonito, lá usei uma gravata pela primeira vez e fui considerado por mim o gajo mais bonito daquela noite. Sem dúvida! Os meses passavam a correr, eu sabia que eram os últimos. Era quase como se já tivesse saudades ainda antes de me ir embora. E pensava nisso quando bebia o primeiro fino nas sextas à tarde. Pensava como seria viver sem aquelas pessoas quando bebia o segundo. Pensava no curso que ia escolher quando bebia o terceiro. Pensava no quinto quando bebia o quarto. Já não pensava quando bebia o quinto...


Chegou então o momento mais aguardado por qualquer finalista que se preze: a viagem de finalistas! Destino: Lloret de Mar. Sobre a viagem não me vou esticar. Foi mais ou menos isto que prometi à minha mãe antes de ir. E cumpri, claro. Portei-me bem e voltei são e salvo. Salvo. Voltei salvo.


O ano tinha acabado. Estava em plena época de exames e tinha uma ideia na cabeça para seguir na universidade. E que ideia fantástica...

Comentários

caveira disse…
Aí deixas bem explícito quem foi o senhor que te introduziu ao mundo do álcool... haha
Joana disse…
concordo com o caveira.... haha
Leao disse…
Sempre a ser enxovalhado em publico, eu ofereci nao obriguei a beber! (por acaso obriguei).

Pensem que se nao fosse eu o Simoes, nao seria o mesmo! eu gosto dele assim, bebado. (epa isto soou um bocado gay, mas isto é só a mais pura demonstração de amizade!)

Os mais vistos do momento

É dia de baba!

Baba & Camelo chega hoje vai passar tudo por aqui! Porquê Baba & Camelo? O nome do livro vem da sua configuração: está dividido em duas partes. A primeira (Baba) inclui soberbas obras de arte literárias, dignas de prémios internacionais, que deixarão o leitor precisamente de queixo caído, babando-se inevitavelmente. A segunda (Camelo) englobará pura verborreia, de qualidade a rasar a fossa, a chamada escrita de trazer por casa, que levará certamente o leitor a dedicar-me alguns dos mais tenebrosos insultos possíveis na Língua Portuguesa.  Além disto, este título vai permitir-me ainda atrair incautos curiosos, pensando eles tratar-se de uma coleção dos famosos cartoons de A Bola chamados ‘Barba e Cabelo’, bem como donas de casa enganadas por um suposto guia de receitas de doces conventuais com um nome muito semelhante. Baba & Camelo É para o menino e para a menina!

Ódio tal

Sou espectador assíduo dos canais de documentários. Tento perceber como funcionam as coisas, as vicissitudes de humanos e restantes animais que povoam este planeta. Dou por mim a fazer exercícios simples e esquemáticos para desmontar a teia complexa que constitui este mundo. Mas depois há sempre coisas que não se conseguem entender. Como ontem, em Paris. Fazendo o tal esquema até parece relativamente fácil: alguém não gostou de um cartoon e vingou-se. Uma espécie de resposta. Funciona sempre assim. Uma ação de um lado gera uma reação do outro. Uma das leis mais elementares da física é seguida à risca. Mas, na verdade, não posso nem quero acreditar que assim seja. Porque se o fizesse teria de entender que, 24 horas depois, já sei quem vai ter o próximo passo. Nada justifica o abate de uma pessoa. Quer esteja ela no chão, sem defesa possível, quer seja ela o maior criminoso à face da Terra. Este é o pensamento em que acredito e que gostaria – sonhava – ver expandido. Como nos ta

Vítor vs Álvaro

Vítor Gaspar e Álvaro Santos Pereira fazem-me lembrar um casal de namorados ao telefone, a ver qual dos dois desliga primeiro. E se o Ministro das Finanças está preocupado com o saldo do telemóvel, já o Ministro da Economia não se entende com ele, talvez devido ao sotaque luso-canadiano, estilo Nelly Furtado. Nos últimos dias tenho assistido com muita curiosidade ao desenrolar da batalha entre Gaspar e Santos Pereira. Não estivesse o país em crise e penso que o governo deveria distribuir pipocas e óculos 3D, porque este é um daqueles filmes que só não levou uma estatueta para casa por ser uma comédia romântica. Desliga tu! Não, não, tu primeiro! Então vá, vou contar até 3 e desligamos os dois. Um… dois… três! … Aaaaaaaaaahh, eu sabia! Embora neste caso seja mais: Corta tu! Não, não, eu já cortei o subsídio de Natal! Então vá, vou contar até 3 e cortamos os dois. One… two… Fala-me em português! Tens a mania que vens lá das Américas! Tu não fales mal d