Avançar para o conteúdo principal

Cima ou baixo


É uma maneira muito própria de definir tudo e mais alguma coisa neste país e a verdade é que eu gosto dela. Nunca fui aquela pessoa de dividir as coisas por várias camadas, de as definir por estratos, ter vários separadores, uma pastinha para cada uma. Portugal não é assim mas, para o bem ou para o mal, lá vai funcionando dessa forma.

Cima ou baixo, ou acima ou abaixo, serve para nos orientarmos neste país cuja própria geografia tem por base a verticalidade. Não é à toa que quem mora em Lisboa vai lá acima no Natal e lá abaixo no verão. Ou que quando viajamos e pedimos indicações para encontrar aquele tasco, nos dizem do outro lado do telefone que é mais abaixo nessa rua.

No futebol, por exemplo, os treinadores reforçam que acima de tudo está a equipa, embora nos últimos tempos a bola fique abaixo do tema das arbitragens nas prioridades de quem fala aos adeptos. E isso danifica aquele sentimento de ir ao estádio no domingo à tarde com os amigos e procurar a nossa fila na bancada: “É aqui? Não, é mais acima”.

Admito que este país possa por vezes parecer um cinema. A cada estreia polémica de um novo tema, só falta perguntarem aos portugueses se querem sentar-se mais acima ou mais abaixo na sala. Cada um fica onde acha que vê melhor, o que não invalida que pouco depois haja um mea-culpa: “Devíamos ter ficado mais abaixo”.

Ao contrário, nas escolas todos querem ficar acima do 10, mas nem sempre é possível. E muitas vezes o problema residiu na noite anterior, quando se ficou a jogar ao ‘acima ou abaixo’ com um baralho de cartas e uma grade de cerveja.

A noite, aliás, também tem o seu ritmo. Começa normalmente de cima para baixo em termos geográficos, seja da Alta de Coimbra para a Praça da República ou do Bairro Alto para o Cais do Sodré. “Vamos para baixo?”.

E se o nível de álcool no sangue estiver acima do permitido na operação STOP ao final da noite, vamos ficar em baixo com as consequências que daí vierem. Baixam os pontos da carta e baixa o saldo da conta. O que vale é que os nossos amigos nos puxam para cima. E o que há acima da amizade?

Comentários

Os mais vistos do momento

Dia 4

Este passo da reportagem foi diferente dos outros. Chegou o dia de visitar o CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes). Com novas instalações desde 2007, o CODU de Coimbra tem uma vasta área de abrangência, nomeadamente nos distritos de Coimbra, Viseu, Castelo Branco e Leiria. No caso de emergências na costa marítima, colabora com o CODU-mar, sediado em Lisboa. O Centro possui uma sala de crise, usada em videoconferências com outros CODU e uma sala de comunicações, onde trabalha uma experiente equipa de profissionais: operadores, enfermeiros, psicólogos e médicos. Para assumir qualquer cargo no CODU, é obrigatório ter formação de tripulante de ambulância (o que inclui suporte básico de vida). O CODU de Coimbra tem seis a sete operadores em permanência, reduzindo este número no período nocturno, com base na menor taxa de emergências. Em caso de falha geral do sistema, o centro está prevenido com um gerador automático e com packs de telemóveis. Estes são imediatamente activados qu...

A treta da vida

Dia triste.

Frases que realmente me fazem rir...

Estamos prestes a fazer um intervalo nesta grande noite eleitoral da RTP. José Alberto Carvalho, Especial Eleições TVI Os patos têm bicos e asas mas não descontam para a Segurança Social. Susana Mendes, Último a Sair Estou na cadeira de sonho! André Villas-Boas, Futebol Clube do Porto