Avançar para o conteúdo principal

Psicologia bancária

Parece que o BES é o próximo a necessitar da ajuda do Estado para sobreviver. O banco entrou em depressão, já não se arranja como antes, todo bonito em tons de verde-primavera. Já não sai à noite com os amigos e deixou de se cuidar. O BES precisa, é evidente, de uma namorada.

A situação do Banco Espírito Santo faz lembrar aquele tipo de amigos que quando se vê com alguma autonomia deixa os velhos companheiros. Conhecia muita gente, frequentava muitos sítios, experimentava muitas coisas. Basicamente estava no auge, na capa das revistas e era RP das discotecas da moda. Tinha as miúdas que queria e carro novo oferecido pelos pais. Mas esqueceu-se de que nada dura para sempre e que a descer todos os (espíritos) santos ajudam.

É giro ver como as coisas mudam. Quem não se lembra de coisas como “não tens pais verdes? Queres casa? Vai ao BES”. Bom, agora o cenário inverteu-se: os investidores até ficam verdes com os prejuízos apresentados pelas últimas contas e, se há alguém que precisa de casa, é precisamente o BES, que deverá ser acolhido num daqueles centros de acolhimento do Estado que prometem uma segunda oportunidade a quem se desviou do rumo certo.

O BES precisa de assentar, que a vida de borga já lá vai. Já é crescidinho e um dia vai ter uma família – uma a sério, não daquelas que teve até agora. A questão é que precisa de um empurrãozinho, empurrãozinho esse que vai sair, ainda que indiretamente, do meu ordenado. Na verdade até costumo contribuir para o banco alimentar e de vez em quando até compro uma ou outra rifa solidária. Mas só se trata quem se deixa tratar e a coisa não parece famosa. O BES continua orgulhoso como sempre foi, a ostentar uma riqueza que não tem, a ser mais fachada do que interior, e trabalhinho que é bom nada. O malandro habituou-se a uma tal inércia que ficou dona de si, a gastar o que tinha e o que não tinha, e mudar a mentalidade não vai ser fácil.

Por isso a namorada. O BES precisa de alguém neste momento difícil, alguém que não o deixe continuar nos maus caminhos, alguém que não esteja a prazo, que não lhe prometa apenas juros…perdão, juras de amor eterno. E para isso tem de voltar a sair, a conhecer outros bancos, a baixar ao nível real. Só assim pode recuperar o crédito perdido. Só assim pode tornar-se num banco bom e deixar de lado a parte má. Um Novo Banco, portanto.

Comentários

Os mais vistos do momento

Memória curta ou estupidez?

Ok. Eu não era nascido. Ok. Eu só sei o que me dizem ou o que leio. Mas por favor. Quando me dizem na cara que a ditadura devia voltar, que o homem governou bem o país e pior: que naquele tempo se vivia melhor que hoje, não merecem resposta. Sinceramente não percebo…

Meia dúzia!

O nosso querido tasco completa hoje seis aninhos hoje! Parabéns ao Digo-te que bem os merece pela meia dúzia. E é precisamente na meia dúzia que está o segredo! Confuso? Ainda não tens o Baba & Camelo, certo? O excelso registo bibliográfico com uma seleção dos melhores dos piores ditados que aqui foram escritos!  Então aproveita: neste aniversário de meia dúzia de anos, tens meia dúzia de dias para encomendares o teu livro por meia dúzia de moedas . Podes obter o Baba & Camelo de três maneiras: 1. Diretamente através da minha pessoa, por mensagem no Facebook (campanha meia dúzia!) 2. Através dos comentários do blogue (campanha meia dúzia!). Deixa o teu email - o comentário não será publicado. 3. No site da editora Bubok Portugal (sem campanha): http://www.bubok.pt/ livros/7106/Baba-amp-Camelo Nota: Baba & Camelo pode conter vestígios de frutos de casca rija.

momento de insanidade

Vamos de férias para o México com o dinheiro do último empréstimo que contraímos. Uma semaninha com a família na praia de barriga para o ar. Mas as saudades começam a apertar. Será que o Quique fica? Vou ou não votar no Vital Moreira? O que tem a Manuela Moura Guedes a dizer disto? No aeroporto, há que trazer uns souvenirs de última hora, e como toda a gente sabe, há muito que os sombreros deixaram de ser a imagem de marca do país. Foram substituídos pelas máscaras de combate à gripe dos porcos, ou lá o que é! Olha, perdeu-se o voo. Ainda bem, talvez este também vá fazer companhia ao carapau do atlântico. Da maneira que as coisas têm andado ultimamente, nunca se sabe! Ah, Lisboa! Sim, Portela, que para Alcochete ainda falta um bocado. Cansado da viagem, aquele filme também era uma seca e a comida… prefiro não falar que ainda vem tudo cá para fora! O que interessa é que estamos em casa, no nosso cantinho. Por falar em cantinho, deixa cá ir buscar o ouro escondido no sótão, q