Qual é, afinal, o poder da fé? Que diferença faz acreditar
muito ou pouco? Até que ponto querer é poder? Podia continuar por aí fora a
fazer questões ao estilo Fátima Campos Ferreira e sugerir o tema à produção do
Prós e Contras. Provavelmente até já houve um programa sobre isto e até deve
ter dado uns vídeos giros para o Youtube.
Mas hoje é a minha vez de escrever sobre a fé. Convido os
caríssimos leitores a responderem: são homens e mulheres de fé? Estão a ver, a
resposta é mais difícil do que parece. Diz-me um dicionário que fé é a “adesão
absoluta do espírito àquilo que se considera verdadeiro”. Aqui começam os
problemas e vamos dissecá-los em três partes.
A adesão absoluta
Ter uma opinião fortificada e à prova de ventos, modas e
outras visões tem tanto de admirável como de perigoso. Também eu sou teimoso
naquilo que defendo mas reconheço que por vezes é preciso escutar. Uma posição
ganha mais força quando reforçada pela análise das opiniões concordantes mas
também das opositoras. Retirar o que há de melhor nas duas e juntar tudo numa
só revela inteligência e modernidade de pensamento.
O espírito
Mais uma vez, o campo é vasto e a palavra espírito poderia
ser substituída por muitas outras, consoante a definição que cada um lhe
atribuir. Há quem diga que o espírito é a nossa personalidade, há quem lhe
chame subconsciente e até há quem arrisque a falar de alma. Seja como for, a
sua existência não parece ser negada mas apenas reconhecida de maneiras
distintas.
A verdade
Chegámos à terceira e última noção. Uma vez li que a verdade
é um erro à espera de vez, e não mais esta expressão me saiu da cabeça. A
verdade tem mais valor do que qualquer outra palavra? Ou até ela dobra como o
ferro quando é aquecido? Certo – ou verdadeiro – é que o Homem dá valor à ideia
de verdade. O problema é que, como no espírito, todos reconhecem a sua existência
mas nem por isso a veem da mesma maneira.
Faz de conta que já dominamos estes três aspetos. Estaremos
então em condições de definir a fé? De atestar a sua existência? E, se for o caso,
de medir a sua importância?
Bolas, lá estou eu outra vez a fazer de Fátima
Campos Ferreira…
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