Andava eu a ouvir músicas ao acaso, nessas viagens loucas
que o Youtube nos proporciona, quando ouvi a maior verdade do dia, se não mesmo
do ano. O amor quer-se bem passado. É isto, sem tirar nem pôr, que no que está
bem não se mexe.
De facto, o amor não se quer morno, não rima com semifrio e
não nasce no gelado. O amor precisa de ser cozinhado, bem cozinhado, para matar
todas as bactérias. É ardente e, portanto, tem de ser fervido. Ao lume, a
vapor, no forno do coração.
No amor não há lugar a meio termo. Não há ninguém que, como
o empregado da cervejaria, entenda que queremos o prego “médio”. O amor não
pode ser cru. Um amor de sushi não flutua, um amor de tártaro acaba – acreditem
– por ir ao fundo.
Não é difícil entender que um amor não pode ter sangue. Que
a desculpa de que assim fica tenrinho, que não fica seco, que é mais saboroso,
são tudo tretas de quem nunca cozinhou um amor a sério. De quem nunca temperou
um amor com o sal das próprias lágrimas, de quem nunca o virou do avesso para
que não agarrasse, de quem nunca o deu a provar. Porque o amor é para ser
partilhado. Bem passado, não esquecer.
Comentários
cada vez mais julgo que o amor, além do sentimento em si, tem que ser uma bonita(não no sentido estético mas no empático) junção de caracteres/personalidades! de nada vale um amor se o outro nao consegue descer ao mais fundo de ti e vice-versa, compreender, aceitar, FICAR, amar isso e além disso! essa vontade e coragem continua que o amor dá tem que ser na perspectiva de, ninguem ser um que é das coisas mais disparatadas que existe, mas que, ao respeitar que são sempre dois, esses dois conseguem multiplicar-se por muitos mais. Porque somos sempre maiores quando nos respeitamos, entregamos e somos sinceros ao que o outro sente e dá. e a quem o outro é. e aí está uma conquista que só quando é amor prevalece no tempo.
:)