Avançar para o conteúdo principal

Memorando


Uma pessoa que fosse a nossa própria memória. É isso, leram bem. Todos temos direito a vaguear um bocado pelo imaginário de vez em quando e agora é a minha vez.

Se há coisa em que não sou bom – e, como sabem, são muito raras – é em memória. Não me lembro de coisas que fiz ontem e nem sequer bebi. Ou se bebi… não me lembro. Mas onde eu quero chegar é ao seguinte: a memória acarreta demasiada responsabilidade para uma só pessoa. Já temos tanto com que nos preocupar neste mundo de tolinhos que resta pouco tempo, espaço e paciência para ir armazenando o nome daquela miúda, o pin do telemóvel, o aniversário de namoro ou o resultado do Benfica-Sporting de 1997.

A memória é algo complexo, difícil e muito trabalhoso. Não admira que cada vez registemos mais informação em fotografias ou textos. Afinal, toda a memória humana é volátil e está condenada a desaparecer. Ora, é chegada a hora de vos apresentar a minha solução de hoje.

Ou melhor, apresentei-a logo no início. Devia haver alguém responsável pela nossa memória. Alguém de confiança a quem pudéssemos recorrer quando nos falta aquela palavra, data, hora. Podia trabalhar para nós com o famoso sistema de recibos verdes e fazia o modesto favor de nos lembrar nos dias de pagamento.

Alguém que fosse a tribunal dizer o que vimos e ouvimos. Alguém que nos safasse do pesadelo do Alzheimer e da farsa de memofantes e similares. Uma verdadeira agenda humana que nos dissesse todos os dias “tenho boas recordações tuas”. Literalmente.

Não duvido que algo semelhante venha a existir no futuro e, como sempre, os méritos de quem teve a ideia serão uma miragem. Por isso, e para que não me esqueça, deixo já o anúncio:


Cavalheiro simpático e interessante procura senhora singela para relação de partilha e memorização. Ganhos acima da média.

Comentários

Os mais vistos do momento

Memória curta ou estupidez?

Ok. Eu não era nascido. Ok. Eu só sei o que me dizem ou o que leio. Mas por favor. Quando me dizem na cara que a ditadura devia voltar, que o homem governou bem o país e pior: que naquele tempo se vivia melhor que hoje, não merecem resposta. Sinceramente não percebo…

Meia dúzia!

O nosso querido tasco completa hoje seis aninhos hoje! Parabéns ao Digo-te que bem os merece pela meia dúzia. E é precisamente na meia dúzia que está o segredo! Confuso? Ainda não tens o Baba & Camelo, certo? O excelso registo bibliográfico com uma seleção dos melhores dos piores ditados que aqui foram escritos!  Então aproveita: neste aniversário de meia dúzia de anos, tens meia dúzia de dias para encomendares o teu livro por meia dúzia de moedas . Podes obter o Baba & Camelo de três maneiras: 1. Diretamente através da minha pessoa, por mensagem no Facebook (campanha meia dúzia!) 2. Através dos comentários do blogue (campanha meia dúzia!). Deixa o teu email - o comentário não será publicado. 3. No site da editora Bubok Portugal (sem campanha): http://www.bubok.pt/ livros/7106/Baba-amp-Camelo Nota: Baba & Camelo pode conter vestígios de frutos de casca rija.

momento de insanidade

Vamos de férias para o México com o dinheiro do último empréstimo que contraímos. Uma semaninha com a família na praia de barriga para o ar. Mas as saudades começam a apertar. Será que o Quique fica? Vou ou não votar no Vital Moreira? O que tem a Manuela Moura Guedes a dizer disto? No aeroporto, há que trazer uns souvenirs de última hora, e como toda a gente sabe, há muito que os sombreros deixaram de ser a imagem de marca do país. Foram substituídos pelas máscaras de combate à gripe dos porcos, ou lá o que é! Olha, perdeu-se o voo. Ainda bem, talvez este também vá fazer companhia ao carapau do atlântico. Da maneira que as coisas têm andado ultimamente, nunca se sabe! Ah, Lisboa! Sim, Portela, que para Alcochete ainda falta um bocado. Cansado da viagem, aquele filme também era uma seca e a comida… prefiro não falar que ainda vem tudo cá para fora! O que interessa é que estamos em casa, no nosso cantinho. Por falar em cantinho, deixa cá ir buscar o ouro escondido no sótão, q