Avançar para o conteúdo principal

O gordo vai à baliza!

Quem nunca disse esta pérola na escola primária? Talvez o Zé Mudo, mas até esse se exprimia com gestos bem evidentes. Contudo, não vou falar propriamente de gordura no futebol, mas sim de outra condição que nos põe igualmente a arfar: estar apaixonado.

E o ponto onde quero chegar é este: estar apaixonado é ser o gordinho da equipa. Eu explico-me.

Vamos supor que somos o tal gordinho. Tudo começa na escolha das equipas: “O gordo vai à baliza!”. Bem, não era propriamente o que queríamos fazer, mas se os outros têm direito a jogar, nós também temos. Vamos à luta! Todos os males vêm por bem e se estamos nessa posição, é porque existe um motivo para isso!

No início chega a parecer que aguentamos tudo, que não vamos deixar entrar nenhuma bola na baliza. Leia-se, que nenhuma seta do cupido nos consegue trespassar o miocárdio.

Mas, quase sem darmos por isso, alguém nos finta com toda a classe, e pumba, já lá mora um golo, já não podemos fazer nada, é tarde demais, aqui-d’el-rei, quem nos acode que já estamos a perder!

Como é que deixei entrar isto? Como é que não vi? Como é que me apaixonei assim?

Noutras situações, quando estamos teimosamente determinados em defender tudo, quando já só é um contra um e não há mais ninguém entre nós, recorremos à falta. Uma rasteira, um chega-para-lá, um pontapé na canela.

Terá sido a melhor decisão? 90% das vezes não é. O árbitro viu, marca penálti e ficamos entre a espada e a parede. A bola vai acabar por entrar. A seta vai acabar por nos atingir.

Se no início tínhamos vergonha de ser o gordinho da equipa, com o passar do tempo começámos a entender que somos capazes de fazer coisas boas e que alguém vai gostar, que alguém há de gostar! Que um beijo pode ser muito mais doce que o croissant de chocolate do intervalo das 10...

E mesmo quando as coisas não correm bem, há sempre um ou outro amigo que, sem ninguém ver, nos dá uma palmadinha nas costas e diz: “deixa lá, para a próxima corre melhor.”

Comentários

Os mais vistos do momento

É dia de baba!

Baba & Camelo chega hoje vai passar tudo por aqui! Porquê Baba & Camelo? O nome do livro vem da sua configuração: está dividido em duas partes. A primeira (Baba) inclui soberbas obras de arte literárias, dignas de prémios internacionais, que deixarão o leitor precisamente de queixo caído, babando-se inevitavelmente. A segunda (Camelo) englobará pura verborreia, de qualidade a rasar a fossa, a chamada escrita de trazer por casa, que levará certamente o leitor a dedicar-me alguns dos mais tenebrosos insultos possíveis na Língua Portuguesa.  Além disto, este título vai permitir-me ainda atrair incautos curiosos, pensando eles tratar-se de uma coleção dos famosos cartoons de A Bola chamados ‘Barba e Cabelo’, bem como donas de casa enganadas por um suposto guia de receitas de doces conventuais com um nome muito semelhante. Baba & Camelo É para o menino e para a menina!

Ódio tal

Sou espectador assíduo dos canais de documentários. Tento perceber como funcionam as coisas, as vicissitudes de humanos e restantes animais que povoam este planeta. Dou por mim a fazer exercícios simples e esquemáticos para desmontar a teia complexa que constitui este mundo. Mas depois há sempre coisas que não se conseguem entender. Como ontem, em Paris. Fazendo o tal esquema até parece relativamente fácil: alguém não gostou de um cartoon e vingou-se. Uma espécie de resposta. Funciona sempre assim. Uma ação de um lado gera uma reação do outro. Uma das leis mais elementares da física é seguida à risca. Mas, na verdade, não posso nem quero acreditar que assim seja. Porque se o fizesse teria de entender que, 24 horas depois, já sei quem vai ter o próximo passo. Nada justifica o abate de uma pessoa. Quer esteja ela no chão, sem defesa possível, quer seja ela o maior criminoso à face da Terra. Este é o pensamento em que acredito e que gostaria – sonhava – ver expandido. Como nos ta

Vítor vs Álvaro

Vítor Gaspar e Álvaro Santos Pereira fazem-me lembrar um casal de namorados ao telefone, a ver qual dos dois desliga primeiro. E se o Ministro das Finanças está preocupado com o saldo do telemóvel, já o Ministro da Economia não se entende com ele, talvez devido ao sotaque luso-canadiano, estilo Nelly Furtado. Nos últimos dias tenho assistido com muita curiosidade ao desenrolar da batalha entre Gaspar e Santos Pereira. Não estivesse o país em crise e penso que o governo deveria distribuir pipocas e óculos 3D, porque este é um daqueles filmes que só não levou uma estatueta para casa por ser uma comédia romântica. Desliga tu! Não, não, tu primeiro! Então vá, vou contar até 3 e desligamos os dois. Um… dois… três! … Aaaaaaaaaahh, eu sabia! Embora neste caso seja mais: Corta tu! Não, não, eu já cortei o subsídio de Natal! Então vá, vou contar até 3 e cortamos os dois. One… two… Fala-me em português! Tens a mania que vens lá das Américas! Tu não fales mal d