Avançar para o conteúdo principal

Sr. Presidente


Qual é coisa, qual é ela, que é uma das profissões mais características do nosso país?


Acertaram todos! Muito bem! Era só para saber se leram o título.
De facto, por mais que negue, sonho um dia ser presidente. Não é preciso ser Presidente da República, basta ser presidente de alguma coisa. E não há país melhor para se ser presidente do que Portugal! Por terras lusitanas há presidentes disto e daquilo, presidentes de associações nacionais disto e daquilo, presidentes de movimentos contra isto e aquilo... Todos podemos ser presidentes!

Quem vos escreve deu-se ao trabalho de pesquisar um pouco sobre a etimologia da palavra e descobriu mais um motivo para se ser presidente! Repare-se: vem do latim praesidens, particípio do verbo praesidere, formado pelo sufixo prae (antes) + sidere (sentar).
O presidente tem direito a sentar-se antes dos outros! O presidente manda, está acima e em cima de todos! É impossível ficar indiferente a isto! Quem não gostava de estar acima e à frente dos milhares de empregados de uma grande empresa? Estar acima e à frente de uma equipa de futebol vencedora? Estar acima e à frente de uma fundação de solidariedade cuja cara fosse a Angelina Jolie? Estar acima, à frente, por baixo ou atrás da própria Angelina Jolie?

"Então qual é a sua profissão?
Sou presidente."Isto é de levar qualquer pessoa às lágrimas!

Até a sonoridade ajuda - "E agora, senhoras e senhores, o Presidente da Associação Nacional das Lâmpadas!" – e de repente faz-se luz; – "o Presidente da Líbia!" – e de repente está a tenda armada; – "o Presidente da República!" – e de repente começamos todos a rir com aquela figura.
Alguém consegue desmentir a imponência do cargo de Presidente da Junta? Não teria metade da importância se alguém dissesse: "Olha, lá vem o chefe da junta". Presidente soa muito melhor e dá para fazer aquelas piadas asiáticas do tipo "Plesidente da Câmala de Santalém".


Ainda não perdi a esperança de um dia ter este honroso cargo. Talvez quando for grande.

Comentários

Os mais vistos do momento

Os malucos do riso

Porque somos tolinhos se rimos sozinhos? A questão rima mas impõe-se nos dia de hoje. Quem mostra os dentinhos ao mundo sem que expresse visivelmente o motivo é porque tem um parafuso a menos, bebeu uma garrafa de moscatel ou experimentou o louro tostado que oferecem no Rossio. Será? Pois bem, eu chamo tolinhos aos que censuram estes risos ou sorrisos. Entendam de uma vez por todas que quem ri sozinho é porque, na verdade, não o está. E não, não está com uma piela. Ouviu uma música na rua que fez lembrar-lhe um rosto, viu um carro que o transportou para uma viagem, sentiu um aroma que lhe reavivou um beijo. Mas não, ficam todos a olhar para o maluquinho. Se estivesse a chorar, iam ter com ele para perguntar o que se passa. Mas como ri, ninguém quer realmente saber e preferem fazer troça da situação. Quem sorri na rua sabe porque o faz. Leva à sua volta uma aura de otimisto, de energia positiva que os outros deviam reconhecer, apesar de não saberem a origem. É verdade que ...

Chegou!

Todos esperam um ano por ele. O Verão sabe como nos conquistar. Faz uso das suas características para que estejamos ansiosos pela sua chegada. Para qualquer estudante, Verão rima com férias, e logo as “férias grandes”, que, mesmo tendo esse nome, esgotam-se num instante. Chega então de aulas, de livros, de professores e de ter de acordar cedo. Um dia de férias digno desse nome, começa ao meio dia e acaba às 6 da manhã, numa qualquer discoteca, com boa música, boa gente e, claro, gente boa também, para animar! Mas o Verão significa muito mais do que isso. Praia, por exemplo. Há mar e mar, há ir e… não voltar! Era o que apetecia muitas vezes, ficar ali o resto da vida, a absorver os raios solares e a brisa marítima. A jogar futebol, voleibol, ou às cartas, a ler um livro, a ouvir música, a mexer na areia ou na água, a mergulhar, a surfar, a boiar, a conversar, a brincar, a caminhar ou a correr. Tantas coisas que podemos fazer na praia, que davam uma linda vida. Mas o Verão tem mais! Enq...

Ela é 96

Escrevi aqui, há quase dois anos, um texto sobre aquelas coisas minúsculas que nos impedem de seguir em frente. “ Há sempre algo ” que não controlamos e que aumenta o atrito na estrada para a meta. Hoje trago um problema ainda maior: quando os entraves que surgem à nossa frente foram lá colocados… por nós próprios. Estou a falar daquelas desculpas bem criativas, daquela preguiça que ataca no momento mais inoportuno, daquela Dona Inércia que dava a cara num anúncio ao falecido BES. E é precisamente num banco que nos sentamos enquanto pensamos o quão fantástico era estar de pé. Faz pouco ou nenhum sentido, mas é assim. Conseguimos encontrar no mais pequeno pormenor uma razão do tamanho do mundo para não avançarmos. Vemos em qualquer cisco uma duna imensa de areias movediças. Pedimos uma semana para decidir algo que nos tomaria 10 segundos a refletir. E acabamos por não lhe ligar porque ela é 96.