Este mundo é tão imenso que a mais minúscula insignificância pode ditar aquilo que somos, o que fazemos, onde ficamos e a quem chegamos. Há sempre algo, e nem sequer é o famoso “mas”. Porque se fosse apenas um “mas” já éramos felizes há muito tempo. Nunca chego a perceber porquê. Aparece isto e aquilo, e faz desaparecer tudo outra vez. Passa uma mosca, uma simples mosca, e as suas patéticas asas fazem desabar todo o castelo de cartas que tínhamos vindo a construir e o qual pintámos com aquela cor que só existe quando estamos juntos. Eu juro, abro os olhos o mais que posso, tento antecipar tudo que vem na nossa direção. Mas só tenho duas mãos, pequenas, muito pequenas para proteger algo tão valioso. E, ainda assim, até apanho algumas pedras a tempo, mas outras esmurram, magoam, rasgam. Fazes-me, só por ti, apanhá-las e mandá-las de volta para bem longe, mas sinto-me como se estivesse a tirar água daquelas poças que fazia à beira-mar quando era miúdo. A água vem na mesma, salgad
Um blogue aos olhos de um moscatel com duas pedras de gelo