As pessoas deviam ter sensores de estacionamento como os
carros.
Pimba! Eu gosto de começar os textos de forma sucinta e
direta (Mentira, era só porque estava desejoso de usar a palavra “sucinta”,
pessoalmente acho-lhe piada).
Mas onde é que eu ia… Ah, as pessoas deviam mesmo ter esses
sensores. Algo que lhes permitisse saber onde encaixar, saber onde pertencem.
Algum aparelho que lhes diga que é ali e não além. Basicamente saber se cabe ou
não cabe! – não comecem já a pensar em coisas perversas – Afinal, tudo na vida
se pode resumir a isso! É aqui? Ou não?
Os sensores iam realmente ajudar-nos. Pi pi pi sai daí que
ainda te aleijas… Pi pi pi não te metas com essa miúda que não é boa gente… Pi
pi pi não comas isso que te faz mal… Pi pi pi está na hora de ir para casa que
amanhã é dia de trabalho… Pi pi pi… ai não, agora foi só um carro lá fora.
Chegamos a lugares novos, desconhecidos, onde nos temos de
integrar. Olhamos para um lado e para o outro. Às vezes até sentimos que não
dá. Mas tem de ser! E lá vamos, devagarinho para não incomodar ninguém, para
não raspar com os espelhos. Alto! Devagar… Chega mais à frente, olha aí… Vai,
vai… - volto a pedir encarecidamente que os leitores não deem largas à
imaginação – ai que ia batendo.
Nem sempre há uma voz de comando, uma ajuda que auxilie na
manobra, um arrumador que organize as nossas ideias. E logo hoje que ando cheio
de moedas! Às vezes vamos sozinhos e não vai existir o “queres que eu saia para
te ajudar?”.
Por vezes não temos isso. E sentimos essa falta, essa
lacuna. Sentimos esse vazio.
Sentimos. Até mesmo sem sensores.
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