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O melhor da política

De todas as coisas que mais gozo me dão ver na televisão portuguesa (sim, ainda há algumas…), há uma que ocupa um lugar de destaque: o debate quinzenal na Assembleia da República. É qualquer coisa de mágico!
Começa logo no início da intervenção de um qualquer deputado:
- Senhor primeiro-ministro, senhor presidente da Assembleia, senhores deputados…
Porque não diz logo “Boa tarde!” e pronto? Se um simples “olá” é demasiado informal e impensável numa ocasião daquelas, porque raio uns minutos depois aquilo se transforma quase numa peixaria do Bolhão?

“Tem a palavra o líder da bancada parlamentar do PSD.” E logo o nosso querido engenheiro pensa que não pode vir coisa boa. E não vem! “O PS é a favor do casamento entre homossexuais? Então nós estamos contra! O PS está do lado da ministra da educação? Então nós apoiamos os professores! O PS é cor de rosa? Então nós somos laranja! A sigla do PS tem duas letras? Então a nossa vai ter três! O PS diz que já temos três? Isso é para desviar as atenções dos portugueses dos serviços de saúde!”
“Senhor deputado, o seu tempo está a acabar, peço-lhe que termine.
Tem a palavra o senhor primeiro-ministro”.

E lá aparece, sorridente, o homem que mais empregos promete e o 6º mais elegante do mundo, segundo um estudo espanhol. Não é que eu duvide das capacidades dos nossos vizinhos nestes estudos, aliás até acho que são bastante bons a apreciar homens! Mas por favor, concentrem-se no novo vestido da Letícia. Ao que parece, era para a filha, mas acabou por servir à mãe…

De volta ao parlamento, já estamos na fase da agradável troca de lindos galhardetes e generosos bitaites. Claro, tudo educadamente: “Senhor primeiro-ministro, com todo o respeito, deixe que lhe diga uma coisa: vá para o c..….lho se faz favor. Obrigado”.
Às vezes fico mesmo convencido de que o país ali não interessa! Afinal, estamos ou não em clima de guerra com todos os partidos que não o nosso? Temos ou não temos de defender as nossas cores e ridicularizar as outras?

É que a vida de deputado não é fácil! Ainda no outro dia, tiveram de se levantar cedo, pôr a gravatinha e ir para o parlamento. Ao que parece, vinha lá alguém que estava preso dizer porque deixou ir um banco qualquer à falência. E vejam o descaramento! Levantar cedo e tal, para depois o homem entrar calado e sair mudo! E depois não querem que os deputados faltem às sessões!

Comentários

Anónimo disse…
E pronto!
MUITO BOM!
:)
Anónimo disse…
Simões e o seu humor inteligente...

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