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Mensagens

A mostrar mensagens de junho, 2016

Trio de choques

Todos os dias batemos nalguma coisa. Choques há muitos, para todos os gostos. Mas há uns em que batemos com mais força, em que nenhum airbag deste mundo é suficiente para nos amparar. Há embates cuja onda de choque demora milésimos de segundo a invadir-te; outros há em que as consequências se arrastam durante anos e te limitam para o resto da vida. Em 27 anos tive três choques. Na verdade tive mais, mas estes são três belos exemplos, da primeira à última letra. Três situações que podiam muito bem não ter acontecido, que preferia que nunca tivessem existido e que pagaria bem para não estar a descrevê-las nestas linhas. Mas, na verdade, aconteceram. As três foram completamente diferentes e afetaram-me de modos também eles distintos. Com uma situação já lido bem hoje em dia; com outra sei que vou voltar a lidar um dia destes; e com a terceira não mais terei de lidar por opção própria. Falo, num dos casos, de uma patetice. Por mais estranho que pareça, um dos maiores choques

Ela é 96

Escrevi aqui, há quase dois anos, um texto sobre aquelas coisas minúsculas que nos impedem de seguir em frente. “ Há sempre algo ” que não controlamos e que aumenta o atrito na estrada para a meta. Hoje trago um problema ainda maior: quando os entraves que surgem à nossa frente foram lá colocados… por nós próprios. Estou a falar daquelas desculpas bem criativas, daquela preguiça que ataca no momento mais inoportuno, daquela Dona Inércia que dava a cara num anúncio ao falecido BES. E é precisamente num banco que nos sentamos enquanto pensamos o quão fantástico era estar de pé. Faz pouco ou nenhum sentido, mas é assim. Conseguimos encontrar no mais pequeno pormenor uma razão do tamanho do mundo para não avançarmos. Vemos em qualquer cisco uma duna imensa de areias movediças. Pedimos uma semana para decidir algo que nos tomaria 10 segundos a refletir. E acabamos por não lhe ligar porque ela é 96.

Os malucos do riso

Porque somos tolinhos se rimos sozinhos? A questão rima mas impõe-se nos dia de hoje. Quem mostra os dentinhos ao mundo sem que expresse visivelmente o motivo é porque tem um parafuso a menos, bebeu uma garrafa de moscatel ou experimentou o louro tostado que oferecem no Rossio. Será? Pois bem, eu chamo tolinhos aos que censuram estes risos ou sorrisos. Entendam de uma vez por todas que quem ri sozinho é porque, na verdade, não o está. E não, não está com uma piela. Ouviu uma música na rua que fez lembrar-lhe um rosto, viu um carro que o transportou para uma viagem, sentiu um aroma que lhe reavivou um beijo. Mas não, ficam todos a olhar para o maluquinho. Se estivesse a chorar, iam ter com ele para perguntar o que se passa. Mas como ri, ninguém quer realmente saber e preferem fazer troça da situação. Quem sorri na rua sabe porque o faz. Leva à sua volta uma aura de otimisto, de energia positiva que os outros deviam reconhecer, apesar de não saberem a origem. É verdade que