Mudamos tudo, já reparaste? Mudamos isto, mudamos aquilo. Mudamos tudo, como te disse. Já viste como mudamos todos os dias? Mudamos a maneira de falar, mudamos a forma de ver as coisas, mudamos o aspeto. Se a alma dói ao mudar, mudamos a noção de dor. Mudamos o sorriso, mudamos o aperto de mão, mudamos o abraço. Sentiste? Mudamos os móveis de sítio para mudarmos o nosso pequeno mundo, mudamos de canal para ver o que queremos e não o que de facto existe. Mudamos o fundo do telemóvel porque aquele já não faz sentido, mudamos precisamente o sentido do que antes era inalterável mas que agora não resistimos a mudar. Mudamos de carro para os vizinhos verem, mudamos de casa porque estamos fartos deles, mudamos de copo porque este está rachado. E quando as coisas estão rachadas mudam-se, não é? Repara como mudamos o tom a cada dia, como mudamos as palavras que dirigimos um ao outro. Mudamos de direção porque o vento sopra para ali, mudamos de médico porque este diz-nos que a d
Um blogue aos olhos de um moscatel com duas pedras de gelo