Assim é difícil. Sei que as aparências iludem, faz parte daqueles chavões que aprendemos à força nesta vida. Mas porra, não deviam ser os nossos olhos os maiores confidentes do mundo? Só queria a verdade. Ver as coisas como elas realmente são. Até as redes sociais, com fotografias ao pontapé de tudo o que mexe, começam finalmente a render-se à realidade onde o “sem filtro” traz de volta a beleza perdida. A verdade é que te vejo de forma distorcida. Sei disso, mas não consigo evitá-lo. Tenho uma imagem tua mais turva do que um bebé que mal vê um metro à sua frente. Sei que não és esse paraíso todo, esse mundo ideal onde sinto que podia ficar centenas de anos. Sei que é mentira. Que os meus olhos me mentem com toda a lata. Mas estou tão apaixonado por eles – ou pelo que eles me mostram de ti – que caio repetidamente no erro de voltar, como quem é traído uma e outra vez mas perdoa sempre. O amor é cego - é uma verdade. Mas tanto é fogo que arde sem se ver, como vemos algo a
Um blogue aos olhos de um moscatel com duas pedras de gelo