Entrámos no outono, a melhor estação do ano. Eu sei que é estranho, toda a gente prefere o verão, o calor, a praia, as roupas curtas. No máximo, a seguir ao verão virá a primavera, com o regresso do sol e das esplanadas. Logo depois o inverno, a neve, a lareira, o natal e a passagem de ano. E por último, o renegado outono. Frio, cinzento, amorfo, desconfortável. É o que muitos pensam. Mas eu não. O outono traz muito mais do que nos tira, e não estou a falar de casacos. Traz, por exemplo, o descanso de um verão animado, o parar da confusão, a calma que nos aconchega e nos faz pensar. Sobretudo isso, pensar. O outono faz-nos refletir sobre o que se passou e antever o que aí vem. Separa o trigo do joio quando prende alguns aos programas televisivos da moda que estreiam sempre na rentrée. Dá-nos outra sensação de chegar a casa e sentirmo-nos bem, sem ser preciso ir abrir as janelas para arejar. Diverte-nos quando vamos na rua a pisar as folhas secas no chão, fazendo barulhos entre
Um blogue aos olhos de um moscatel com duas pedras de gelo