Aos primeiros raios de sol já eu lavava os dentes. Olhava para minha cara afogada em sono, sempre a mesma coisa. Uma vista de olhos às horas, um último exercício de memória para ver o que me falta. Sendo que do que me falta vou eu em busca. Começo a despertar. Já há pessoas na rua, compram o jornal, tomam o café da manhã, seguem para as aulas, regressam a casa depois de uma noite intensa. Entro no metro que pareceu esperar por mim. Vejo as horas novamente: 10 minutos para o comboio. Tempo de mandar um bom dia para o outro lado. Na estação, de olhos no ecrã como se fosse uma janela para um oásis qualquer, vejo o número da linha. Entro e procuro o lugar que me vai levar ao meu lugar. Ouço aquela voz eletrónica a anunciar cada paragem, cada ponto que nos separa, cada barreira. São muitas sim, mas sei que não me podem parar porque também ouvi o destino: tu. Tento fechar os olhos para ver se engano a mente, para ver se tudo passa mais rápido, mas vejo-te em todo o lado, seja no
Um blogue aos olhos de um moscatel com duas pedras de gelo