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A mostrar mensagens de janeiro, 2014

Pesos e medidas

Há uns dias passei pelo Jumbo e deparei-me com uma – na minha opinião – excelente ideia: o cliente pode agora comprar a granel. O que quer. Ao peso. Nem mais, nem menos do que aquilo que precisa. Com licença, desculpem, deixem agora passar o filósofo que há em mim e sentem-se, que isto é capaz de demorar. A coisa é simples: preciso de 138 gramas de arroz. Chego, encho um saquinho, peso, pago e venho-me embora. É tão simples que até o famoso Gervásio ia perceber esta. O que propunha era que Deus, que sei que me está a ouvir, adotasse o mesmo sistema neste mundo. Uma adoção simples, sem direito a referendo nem nada dessas mariquices. Salvo seja. Vendo bem as coisas, tudo na nossa vida vem nas proporções erradas. Ou vem sempre a mais, ou vem sempre a menos. Já diz o ditado: o apressado come cru, o atrasado come frio. Eu cá prefiro as coisas quentes. E não estou a falar daquele fim de tarde (ou noite) em Ibiza. Ia, portanto, no pedido a Deus. Queremos calor para ir à praia, El

As calças

Não faço ideia do termo técnico. Mal percebo de roupa de homem, quanto mais de mulher. Mas da mesma maneira que me queixo se uma abelha me pica, também não posso ficar calado com aquele par de calças. Sim, este é um texto sobre – e só sobre – um par de calças. Estúpido? Muito. Eu explico: noite, bar, ela. Situados? Vamos às calças então. Pretas, e de que maneira. Todos aqueles flashes das luzes, todas aquelas intermitências esbarravam naquelas calças pretas como tordos num vidro. E ainda assim, davam bem nas vistas. Não sei se era esse o objetivo mas chamaram-me de imediato a atenção. E nem era pela maneira como se moviam, que a música até estava mais para se cantar do que outra coisa. Mas coisa era o que havia ali. “Aqui há gato” pensei eu. Nunca tive gatos mas sei bem que eles são elásticos e passam baixo das portas como as cartas do correio. Só um superpoder desses podia superar o desafio de passar entre aquelas calças e o que quer que estivesse lá dentro, de tão justas.