Às vezes penso que estou a falar com pedras. Sim, pedras. O meu caro leitor já experimentou dialogar calmamente com um calhau rochoso? Pois é exatamente isso que eu sinto. E não estou a falar do cão que me ignora e rói os chinelos na mesma ou daquele amigo que foi ao balcão e não trouxe a mini que pedi. Refiro-me antes às pessoas que, por mais direta que seja a mensagem, não conseguem percebê-la. Iniciado o habitual e tão português processo de atribuição de culpas, vamos aos factos: eu não tenho problemas com a Língua Portuguesa e o sotaque viseense parece estar no mínimo. Não sou gago, não falo para dentro ou entre os dentes, nem baixinho ou demasiado alto. Enfim, sou uma pessoa normal e, por isso, a culpa tem de estar no cartório do lado de lá. Eu bem tento, esforço-me por retirar tudo o que é acessório da conversa e dou ênfase ao que é importante. Tento não distrair em vez de informar mas, por vezes, a outra pessoa parece não estar lá! E quando está, pega em todas as pontin
Um blogue aos olhos de um moscatel com duas pedras de gelo