Nem um ponto, nem uma vírgula. Eles, que até costumam andar juntos, não esquecemos nenhum dos dois. Nem nada do que está no meio. Há dias em que voltamos atrás na frase, em que nos apetece pegar numa borracha e reescrever a história. Sabemos bem que é impossível, que escrevemos tudo a caneta e que a única coisa a fazer é guardar o que resta do nosso livro: memórias. Por mais quilómetros que andemos, lá atrás fica sempre o mesmo ponto de partida. Podemos nunca mais lá voltar – é, aliás, o mais provável – mas ninguém apaga os nossos pontos do mapa. Não há como dissolver o que não é solúvel. A vida continua e ganha formas de todas as cores. Ganha uma forma colorida de nos fazer olhar para trás e espreitar a curva que já rasgámos. Nada vemos do outro lado, mas sentimos o vento que vem de lá: já nos passou pela face, já nos alegrou com boas tempestades, já foi de bonança para o império que governámos a dois. Não queremos voltar. Mas o facto de caminharmos em direção ao futu
Um blogue aos olhos de um moscatel com duas pedras de gelo