Cheguei sozinho. Os seguranças deixaram-me passar e deram-me um cartão colorido, sobre o qual nem perguntei o preço. Não estava ali para falar, muito menos com aquele idiota. O clube estava cheio mas todo aquele calor humano significava zero. Podiam ter olhado todos para mim que não iam ver nada. Afinal, sou invisível para o mundo. Pedi uma cerveja que nem chegou ao bengaleiro. Deixei o casaco e nem obrigado disse ao rapaz. As músicas foram passando ao som da vodka gelada. Mas nada me podia matar a sede e saciar realmente. Estava nervoso. Cravei uma pastilha a uma miúda engraçada que dançava sozinha ao meu lado. Tentou meter conversa mas um sinal de silêncio da minha parte foi suficiente para ela virar as costas. Isso, vai-te embora. És só mais uma, como todo o mundo, de costas para mim. Rapidamente a pastilha ficou sem sabor e eu precisava de mais. O último cigarro caiu-me ao chão quando entrei e até ele foi logo pisado por um imbecil qualquer. Na altura tive uma sensação de
Um blogue aos olhos de um moscatel com duas pedras de gelo